sábado, 3 de agosto de 2013

Gêneros e Formatações Musicais

Apêndice
Observando os sons da Natureza, o homem desenvolveu a arte musical a partir da forma primária que é o solo, executado por uma só voz ou instrumento. Em seguida veio a ideia da polifonia, sincronizar vozes e instrumentos numa mesma canção. Desse ponto em diante iniciou-se um processo de sofisticação que resultou em formatos consagrados de gêneros e estéticas, variados conforme a região, a classe social e a aplicação. Novamente, vale a observação da pluralidade do tema e a impossibilidade de se precisar definições. Pois que um determinado gênero ou estilo tem ramificações complexas e altamente entrelaçadas entre si.

Trovadorismo
O trovadorismo popularizou a música profana (fora da Igreja) no Ocidente. Mas consta que o seu acompanhamento instrumental era alegórico, ou seja, sem harmonia com o tom vocal. Para tanto, os trechos cantados e tocados eram alternados.

Canto Gregoriano
É o gênero da música oficial da Igreja Católica introduzida pelo papa Gregório Magno no Século XIV. Sua forma básica era monofônica (uma só melodia) e complementar, em que a letra (expressamente religiosa) sobressaltava a melodia.
O estilo comum era o Moteto, execução que reúne um coral de várias vozes, que em certos casos cantam duas letras diferentes.

Estética Literária
Os estilos diversos que surgiram na música profana do Século XIV eram classificados com o mesmo nome atribuído à estética literária da letra empregada. A Balada Clássica francesa, por exemplo, era uma poesia lírica composta de três estrofes de oito versos cada e finalizada com uma estrofe de quatro versos chamada de envoi, na qual se fazia uma dedicatória.
Na Itália, o Madrigal original, Século XVI, tinha como característica principal o uso de um estribilho (de melodia diferente) entre três estrofes de três versos cada.

Contraponto
A técnica do contraponto quebrou a tradição de os instrumentos musicais e vozes tocarem a mesma seqüência melódica. Nela, cada voz (humana ou de instrumento) tem sua própria melodia independente, podendo em alguns casos, sincronizar notas extremas e completamente diferentes.
Essa técnica foi proliferada pelos ingleses, especialmente John Dunstable (1390 - 1453).

Efeitos estéticos
Alguns truques musicais foram criados para criar efeitos melódicos e de acompanhamento. O Cânone, por exemplo, consiste da repetição de um trecho tocado por um segundo instrumento ou voz iniciado um pouco antes da execução da primeira voz se encerrar, permitindo assim a ocorrência de uma harmonia interessante. Quando o final desse trecho repetido sugeria o retorno ao próprio trecho, criando assim um ciclo infinito, esse efeito circular passa a ser uma Ronda ou Rota.
A Síncope é o efeito de ligar a última nota de um compasso à primeira do compasso seguinte.
A fuga, recurso muito usado por Bach, se compõe de um tema (certa linha melódica) que cresce a partir de uma exposição. Textualmente, poderia representar da seguinte forma: “Eu vou... Eu
vou pra casa... Eu vou pra casa dela esta noite”.
O Minueto é um segmento curto e bem acelerado usado como desfecho de grandes peças (sinfonias, óperas, concertos).

Oratório
É a forma primitiva da ópera. Nela, uma execução vocal e instrumental se baseia em um tema religioso de teor dramático, devidamente apresentado por um narrador e acompanhado pelo público através do libreto (texto da peça). Não há expressão cênica e seu conteúdo e meramente sonoro.

Sonata
Peça composta de uma melodia principal executada por um ou dois instrumentos – violino ou teclados (piano ou órgão), que se alternam ou se entrelaçam no seu decorrer. Sua melodia é dividida em três ou quatro movimentos totalmente distintos. Quando acompanhada por orquestra, a sonata é chamada de Sinfonia. Quando executada por instrumento solo, assume a forma de um Concerto.

Concerto
Composição para solos (um ou mais instrumentos), com ou sem acompanhamento. O concerto clássico era empregado para violino – geralmente acompanhado de orquestra -- ou piano (copiado também para órgão). Sua formatação essencial é feita com o propósito de privilegiar o individualismo. O concerto de câmara é aquele executado por um pequeno conjunto de instrumentos (de quatro a doze). Os concertos podem ser executados individualmente ou podem fazer parte de uma peça maior, como a ópera. A sua composição original é dividida em três movimentos distintos, cujo andamento é acelerado a cada etapa. O italiano Antonio Vivaldi foi um dos grandes compositores desse gênero.
Os concertos para violão se tornaram muito populares no século XX – inclusive, com grande contribuição dos músicos brasileiros como Baden Powell, Sivuca, Hermeto Paschoal, Dilermando Reis, João Gilberto, etc.

Sinfonia
É a forma complexa do concerto, acompanhada por orquestra. Inicialmente, esse termo se aplicava a qualquer composição para orquestras. Sua estética básica divide a obra em quatro movimentos, cada um mais acelerado que o anterior, às vezes com Rondós (repetições seccionadas dos temas), normalmente finalizada com um minueto.
No século XVIII, as sinfonias forma introduzidas às óperas como introdução da peça. Os grandes mestres da sinfonia são: Beethoven, Mozart, Brahms, Mendelssohn e Schumann.

Ópera
Considerada a mais sublime expressão artística, por fazer uso das principais artes (Música, Teatro e às vezes, dança). Em suma, é uma peça teatral dramática cantada e acompanhada por músicos (em geral, orquestra). Esse gênero suntuoso tem como elementos complementares cenários, vestuário suntuoso.
O termo é oriundo do latim “opus”, que quer dizer “obra”. As primeiras obras italianas, século XVI, reproduziram o teatro grego e suas tragédias épicas. A ópera-comique era um modelo francês em que grande parte do libreto (texto da obra) era recitada. O Balé é também uma extensão da ópera, cujo elemento diferencial é a dança – rigorosamente marcada com técnicas específicas. Ele nasceu na nobreza palaciana da Itália do século XIV e se desenvolveu em toda a Europa, especialmente Alemanha, França e Rússia (de onde se originou a mais tradicional companhia o Balé Bolshoi).
Seus personagens e cantores são classificados por seu timbre. Homens: vocal: baixo, barítono e tenor. Mulheres: contralto, mezzosoprano e soprano – além das subdivisões.
As mais famosas obras são: “Carmen”, de Bizet; “Aida”, de Gioseppe Verdi; “O Barbeiro de Sevilha”, de Gioacchino Rossini; “Don Giovanni”e ““As Bodas de Figaro” de Mozart; “Tristão e Isolda”, de Richard Wagner; “Madame Buttlerfly”, de Giacomo Puccini.
A seguir, um vídeo com uma ópera completa: "La Cenerentola", de Rossini.


OperetaVersão mais da ópera, sendo mais flexível na forma e estética, mais curta e de temas populares. Seu libreto é interpretado com a alternância de canto e diálogo. A dança – até mesmo as mais populares --, também é um forte elemento de sua composição. Difundida no século XIX, ela ocupou o espaço aonde as óperas não chegaram pelo custo elevado da montagem.

Orquestra
É o conjunto de músicos e instrumentos regidos por um maestro, formado para a execução da música erudita, típica da Cultura ocidental. As primeiras orquestras foram reunidas e mantidas pela nobreza e órgão governamentais. Em seguida vieram os grupos privados. Seus músicos podem ter fixos ou autônomos (freelancers) – especialmente os de instrumentos complementares.
Os adjetivos “filarmônica” e “sinfônica” são adicionados para especificar os grupos. A rigor, em nada diferem quanto à estrutura musical, ambas têm a semelhante aplicação. Mas é comum usar tais adjetivos para distinguir os grupos de uma mesma região, país, cidade ou corporação e, ou o patrocínio desses grupos. Exemplo: Orquestra Sinfônica de Berlim (estatal) e Orquestra Filarmônica de Berlim (particular).
Sua composição não tem um número fixo de elementos, podendo ultrapassar o número de cem, dependendo das obras a serem apresentadas. O piano, por exemplo, é incorporado à orquestra apenas em peças específicas (como em concertos para piano). Outro instrumento opcional é a harpa.
Todavia, as orquestras têm um modelo básico e com isso, um padrão de posicionamento no palco para a melhor orquestração e distribuição sonora para os apreciadores. Os quatro grupos típicos de instrumentos são:
• Cordas = violinos, violas, violoncelos, contrabaixos (opcionais: piano, órgão, harpas).
• Madeiras = flautas, flautins, oboés, clarinetes, fagotes.
• Metais = trompetes, trombones, trompas, tubas.
• Percussão = tímpanos, triângulos, caixas, bumbo, pratos, carrilhão.


Orquestra de Câmara
Miniatura de uma orquestra, composta de um pequeno número de músicos e instrumentos (de dois a doze). Popularizada para acompanhar pequenos recitais e concertos que exigem poucos membros, espetáculos particulados e reservados, como cerimônias de casamento, aniversários e graduação.
A Música de Câmara, executada pelas orquestras de câmara, é basicamente instrumental, embora isso não seja regra. O estilo das obras varia, entretanto, a sonata é o mais habitual.
As combinações são inúmeras. Uma das mais comuns, o quarteto de cordas, em geral se compõe de dois violinos, uma viola e um violoncelo. Acrescentando mais um membro – um instrumento de sopro ou um piano, por exemplo --, é formado um quinteto, bastante recorrente na Inglaterra, desde o século XIX. Duo e trio também são formações comuns desse gênero. Acima de um sexteto, os membros adicionais passam a ter um valor secundário. Seu emprego se expandiu ao longo dos anos, para execuções abertas, teatros e apresentações cerimoniais especiais.
Alguns conjuntos específicos com características de orquestra de câmara são assim denominados, com nos conjuntos de Jazz, o mesmo que orquestras de Jazz.

Maestro
A complexidade de uma orquestra passou a exigir a presença de um regente que auxiliasse os músicos na marcação do tempo e na expressão musical, caracterizada nas propriedades de intensidade e andamento. Esse condutor é o Maestro.
A princípio, o maestro era um dos instrumentistas, um músico líder dentro do grupo – muitas vezes até revezado a cada peça. Em obras para solistas, o principal instrumento era naturalmente o régio dos demais. O formatador do maestro moderno foi o compositor alemão Carl Maria Von Weber (1786 - 1826). Ele introduziu o uso da batuta – vareta com a qual o maestro conduz a expressão dos músicos.
Para o público específico – normalmente conhecedor profundo e ouvido apurado – a interpretação de uma mesma obra varia bastante entre um maestro e outro. Essa capacidade de quase reescrever uma composição serve como medida de prestigio de um regente. E muitos deles ganharam fama internacional, dentre eles: Hector Berlioz (1803 - 1869); Richard Strauss (1864 - 1949); Leopold Stokowski (1882 - 1977); e Herbert von Karajan (1908 - 1989).
O Brasil também teve bons nomes. O maior deles é o de Eleazar de Carvalho (1912 - 1996), nascido em Iguatu, Ceará. Regeu várias orquestras dos Estados Unidos e Europa. Finalizou sua carreira como maestro da Orquestra Sinfônica de São Paulo.

Bandas
Historicamente, as bandas originais têm ligação com a comunicação de guerra. Certos sons de instrumentos de sopro (clarim, por exemplo) e de percussão (como os tambores) eram usuais para ditar códigos aos exércitos (ataque, retirada, etc.). Por isso, os conjuntos musicais formados em departamentos militares são chamados de bandas. Sua base é formada de metais, madeiras e percussão.
No Brasil, a Ditadura Militar incentivou a prática das bandas, que deixaram os quartéis para se apresentarem nas praças públicas. O gênero principal é o dobrado, o mesmo que marcha militar.
Até por certa ironia, os roqueiros -- críticos ferrenhos das ordens governamentais – adotaram o nome de banda em substituição ao termo conjunto musical, há muito em desuso. Daí por diante, costuma-se chamar de banda, qualquer grupo de música popular, de diversos gêneros (Rock, Forró, Romântico, etc.), exceto os de Samba e derivados, que são chamados de grupos.

Música Popular
Paralelamente à música erudita, rica em instrumentação, notação e exibições, a música popular sempre seguiu ao redor do mundo. Desenvolvida de acordo com os costumes regionais e sem padrões definidos – até o despontar da globalização. Com a evolução dos meios de comunicação e o maior contato entre as nações, gêneros populares foram ganhando forma, espalhando-se e criando versões e subdivisões. Os principais:



• Jazz = mistura de ritmos africanos e técnicas eruditas da Europa que surgiu nos EUA no começo do século XX. Alguns musicólogos admitem que o Jazz é um intermediário entre a musica clássica (pela sofisticação instrumental) e a popular (pela improvisação e arrojo vocal). Através dele, o acompanhamento de percussão e bateria se consagraram como elemento praticamente indispensável para os ritmos modernos. Os maiores intérpretes do Jazz são: Louis Armstrong (1900 - 1971), autor de “What a wonderful world”; Bessie Smith (1894 - 1937); Billie Holiday (1915 - 1959); e Miles Davis (1926 - 1991).
• Blues = também nascido no solo americano e considerado um modelo mais singelo de Jazz. Tem origem no folclore da escravidão negra e por isso, o tema principal costuma ser em torno da dor e melancolia da vida e contratempos amorosos. Alguns mestres do Blues: Ray Charles (1932 - 2004), de quem se destaca: “Hit the Road, Jack” e “The end”; Janis Joplin (1943 - 1970) e B.B. King (1925 -).
• Soul Music = a “música da alma” é um derivado do Jazz e do Blues usado para a música religiosa americana, o Gospel – embora na prática, o repertório seja eclético. Além dos convertidos (como Ray Charles), tem como expoentes: James Brown (1928 -), do sucesso “I feel good” e Aretha Franklin (1942 -), de interpretações soberbas como se ouve em “Satisfaction” e “Like a natural woman”.
• Samba = o primeiro gênero brasileiro conhecido internacionalmente, que engloba variações como Chorinho, Marcha Carnavalesca, Samba-enredo, samba-canção e Pagode. Foi fundamentada a partir das tradições africanas trazidas pelos negros escravos, especialmente na marcação rítmica e batucada forte, em que se destaca o tam-tam, o surdo, a cuíca e o pandeiro. O acompanhamento tonante tem como principal instrumento o cavaquinho e os secundários: banjo, violão e bandolins. A safra de sambistas é vasta e sempre renovável, da qual citamos: Pixinguinha, Cartola, Braguinha, Waldir Azevedo, Jamelão, Martinho da Vila, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Alcione, Noite Ilustrada, Leci Brandão, Adorinan Barbosa (Demônios da Garoa), Paulinho da Viola.
• Bossa Nova = está para o Brasil o que é o Jazz para os EUA – uma mescla do erudito com o popular. Criado e formatado por Tom Jobim, João Gilberto e Vinicius de Moraes na segunda metade do século XX. Sua sofisticação influenciou muitas culturas musicais, como a americana. Não por menos, grandes artistas da bossa se estabeleceram no exterior. A partir da Bossa, muitos outros ritmos foram desenvolvidos.


• Rock = a primeira grande explosão popular e talvez o mais importante gênero musical de todos os tempos, em todo o mundo. O Rock é um universo tão gigantesco que é impossível descrevê-lo: a extravagância e irreverência dos roqueiros, a anarquia de suas letras, a estrídulo dos instrumentos eletrificados, da sutileza e agressividade das mensagens, etc. O rock se propagou por diversas correntes: Rock in Roll, Metálico, Rock-Pop, Underground, Punk Rock, Heavy Metal, Hippie, etc. A história do Rock começou nos Estados Unidos e virou fenômeno mundial, passando pelas obras de: Chuck Berry e Little Richard; como pioneiros; Elvis Presley e as bandas inglesas The Beatles e The Rolling Stones, como maiores divulgadores; The Who, Bob Dylan, Paul Simon e Art Garfunkel, Johnny Rivers, Eric Clapton, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, The Doors, Queen, Pink Floyd, U2. No Brasil, a porta de entrada foi a Jovem Guardaa Tropicália, para mais tarde, abraçar praticamente todos os subgêneros. Os roqueiros nacionais de maior destaque são: Raul Seixas, Roberto e Erasmo Carlos (da fase da Jovem Guarda), Rita Lee, Blitz, RPM, Titãs, Os Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Skank e Legião Urbana.
• Reggae = síntese da tradição negra da América Central, cujo berço é a Jamaica. Mistura de Jazz e Soul americano e ritmos caribenho como o Calypso. Seu precursor na mídia internacional foi Jimmy Cliff cuja musicalidade foi caracterizada pelo uso da guitarra para marcar o ritmo. Em seguida, o também jamaicano Bob Marley (1945 - 1981) assumiu o reinado no gênero. Aliou ao reggae o artifício místico-religioso chamado Rastafari e fez franca-apologia ao uso da maconha, segundo ele, um elemento sagrado para certas cerimônias (seus próprios shows, por exemplo). O Reggae brasileiro também prosperou, especialmente no terreno baiano (Gilberto Gil) e nos estados do Norte (Tribo de Jah, Edson Gomes). A partir dele, surgiu a variação denominada Swing Baiano.
• Tango = gênero desenvolvido na Argentina (versão moderna), no século XX, oriundo dói folclore espanhol. Seu ritmo segue o compasso binário (2/4), de acompanhamento cortado (staccato) e solos à base de piano e instrumentos de fole (acordeão, harmônica, gaita de fole, etc.). O tema usual é a tragédia amorosa e a melancolia. Sua dança é bem definida pelos passos e considerada elegante. O artista mais famoso desse gênero em todos os tempos é Carlos Gardel (1890 - 1935), nascido na França e naturalizado argentino. Suas melhores obras são: “Volver”, “Desdén” e “El dia que me quieras” (parceira com Alfredo La Pena).
• Disco = chamado no Brasil de “Discoteca”, esse gênero foi a janela para criações futuras como o Tecno music, New Age, Hip Hop, etc. O Disco nasceu na década de 1970 com a banda inglesa Bee Gees, formada pelos irmãos de origem australiana: Maurice, Barry e Robin Gibbs. A febre se deu com a trilha sonora do filme “Saturday Night Fever” (lançado no Brasil com o título “Os embalos de sábado à noite”) – a mais vendida em toda a história do cinema. Seus grandes sucessos são: “Night fever”, “Stayin’ Alive”, “More than a woman”, “Words”, “How can you mend a broken heart”, “How deep is your love”. Grande notabilidade alcançada com esse estilo teve o grupo ABBA.
• Bolero = é oriundo da região espanhola La Mancha, por volta do século XVIII. Seu compasso é ternário e acompanhamento à base de violão, ritmado com castanholas. Sofreu várias transformações na própria Espanha (como a variante Fandango) e em outras partes do mundo. Através da colonização hispânica, toda a América Latina abraçou este gênero fortemente, assim como seu repertório clássico, exceto o Brasil – talvez, pela diferença de idioma. Aqui o Bolero foi mais empregado na Seresta, principalmente na voz dos mineiros: Altemar Dutra e Nelson Ned, que interpretaram o original e a tradução de vários clássicos do Bolero e alcançaram boa notação.



• Ritmos caribenhos = além do Reggae, os povos do Caribe desenvolveram ritmos variados, sempre privilegiando o balanço forte e teor quase sempre festivo. Esporadicamente esses ritmos lançam modas internacionais. Merengue, Rumba (em certos lugares chamada Cumbia), Salsa, Mambo, Chá-chá-chá, Lambada e Calypso. Praticamente todos esses estilos foram explorados e apresentados ao mundo pelo grupo cubano chamado Buena Vista Social Club, liderado por Ibrahim Ferrer. Também de Cuba, Gloria Estefan levou as tradições musicais mais modernas das Antilhas para os EUA e tornou-se estrela mundial. Apesar de curta carreira, a mexicana Selena fez estrondoso sucesso nos Estados Unidos cantando ritmos caribenhos. Sua vida e seu assassinato foram interpretados por Jennifer Lopez num filme com seu nome. Beto Barbosa importou esses ritmos, especialmente a Lambada, e fez muito sucesso no fim da década de 1980 com os sucessos “Adocica”, “Preta”, “Você errou mais do que eu” e “Balance com BB”. A versão da lambada “Chorando se foi”, interpretada pelo grupo Kaoma foi a música mais tocada no Brasil em 1988, ano de seu lançamento. A Banda Calypso despontou no cenário nacional no começo do século XXI com ritmos que sugerem ser típico do Caribe. Embora haja mechas deles, a banda não corresponde fielmente ao nome e seu estilo se caracteriza muito mais nas tradições nortistas do Brasil.
• Pop = como se denomina a música popular variada e totalmente descomprometida com correntes, é uma criação mundial e, a rigor, é mais uma cultura do que um estilo musical. Costuma-se classificar de Pop um determinado estilo que não tem um estilo definido, como que por eliminação: se não é Rock, nem Samba, nem Reggae... Então é pop. Muito embora, um Rock fora dos padrões convencionais do Rock é chamado também de Pop. Um Reggae mais diferente que o primitivo também pode ser tachado de Pop. Provavelmente esse termo surgiu da crítica pejorativa que os roqueiros tradicionais usavam contra roqueiros mais “lights”. Na década de 1980, o americano Michael Jackon (1958 -) foi coroado “rei do Pop”. Mas sua carreira declinou e o título caiu no esquecimento. Sua contemporânea e compatriota Madonna (1958 -) também foi era chamada de “rainha do Pop”. Em seguida, esse gênero se aproximou mais da música romântica, cujo ritmo básico é chamado de Balada. Algumas referências: Elton John, Phil Collins; Bryan Adams, Whitney Houston, Scorpions, A-Há, Air Supplay, Lionel Riche, Paul McCartney, George Michael, Julio Iglesias e Roberto Carlos.
E tem mais...
O melhor de tudo é que novos estilos, sucessos e artistas surgem e surgirão sempre, seja reformando conceitos ou revivendo antigas e inesquecíveis formatações, para todos os gostos.

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